O Diário do Pequeno Príncipe

Olá, pessoal. Meu nome é Luanta Piovanta, e eu vou, a partir de hoje, publicar o meu querido diário aqui, no TV Junk. Por que eu? Porque eu sou linda, é claro. Linda, inteligente, ótima atriz de teatro, cinema e tevê, modelo internacional... que mais? Ah, eu sou uma vaishta gama de qualidadesh. Ah! Notaram meu sotaque? Pois é, eu venho treinando ele desde que me mudei pro Rio. Eu já sei falar "perrdi meu ishqueiro na ishquina da foishfobocsh", e agora não é mais uma dúzia, é "douze". Demais, né? Isso tudo é pra acabar com essas colunas de fofoca que adoram lembrar que eu vim lá de Jaboticabar, e me chamava Luanta Elídia. Tenho culpa se minha mãe não tem bom-goishto?
Mas, enfim, eu sou linda e sei argumentar, é isso que importa.
Hoje foi um dia muito atribulado (olha como eu falo difícil? É que eu to fazendo um curso de Filosofia Teológica Prática for Dummies com um Personal, e tá sendo o máximo!). Primeiro eu tive que ficar esperando meia-hora pelo delivery-de-vocês-sabem-o-quê (não adianta, Época, vocês não vão me pegar, porque eu sou esclarecida, linda e inteligente. E argumento como ninguém!), aí quando eles chegaram, enrolei, acendi, vesti meu biquíni que tem minha cara estampada e desci pra praia.
Deixei as águas do mar lamberem minhas pernas (lindas), posei para alguns paparazzis escrotos, dei uma bolacha na cara de um deles, e voltei pra areia para que o sol pudesse me admirar estupefato. Só que aí veio um pivete com um pai babão me perguntar se eu era o Pequeno Príncipe. Porra! Tive que explicar pro fedelho que eu REPRESENTO o Pequeno Príncipe, que o teatro é a arte de representar, e que tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas, isso tudo com o pai dele babando em mim. Gente! O Brasil precisa compreender que eu não sou só um rostinho maravilhoso e descomunal. EU SOU CÉREBRO TAMBÉM! Aí... pô.
Bom, mas aí eles conseguiram azedar meu dia e eu resolvi bater um fio pro meu amorzinho, o RetarDado. Ele estava tomando um esporro de alguém lá no set da novela, mas eu nem comentei. Pobrezinho, eu sei como é ser uma estrela de casta maior e ser perseguido por todos. Aí ele me contou que tinha composto uma música pra mim, que dizia que o amor dele por mim é um logarítimo periódico, e eu mandei ele tomar no cu, porque todo mundo sabe que um número sem fim é chamado de DÍVIDA periódica. Dãr. Mas aí passou e a gente fez sexo pelo telefone. Ha! Toma essa, Cicarelli, eu sei trepar na praia sem ser vista, você não, se fudeu!
Aí eu cansei. Fui pra casa, enrolei, acendi, vesti minha camiseta que tem minha cara estampada e fui estudar um pouco do Renascimento Alemão Enquanto Escapismo do Mundo Atual na Moda. Não entendi lhufas.
Então fui assistir a estréia do Santoro no Lost e chorar. Maldito fotógrafo, estragou minha vida!
Beijos
Lulu